Saúde





Saúde não é só ausência de doença. Muita gente incorre nesse erro. Uma pessoa pode ter o seu corpo normal, funcionando perfeitamente em ordem e, no entanto, não estar bem enquadrada no meio social em que vive. O mau relacionamento com as pessoas da família, da escola ou do trabalho pode afetar seriamente o seu “bem-estar-social”, trazendo-lhe conflitos íntimos e problemas interiores.
Para que alguém se sinta verdadeiramente feliz e em paz, condições que caracterizam a saúde integral, é preciso que se encontre bem ajustado com as outras pessoas e desfrute, portanto, de um verdadeiro bem-estar-social.

2 – PRESERVANDO A SAÚDE

Para que se conserve a saúde, há necessidade de se observar uma série de providências importantes, tais como:

• cuidados de higiene

• boa alimentação

• uso de vitaminas

• prática de esportes e lazer

• aplicação de vacinas

a)Cuidados de higiene

Os cuidados de higiene devem compreender duas categorias de providências: os cuidados com o corpo e os cuidados com o ambiente.
A higiene corporal é muito necessária, pois todo o nosso organismo está em constante atividade. É o que se chama metabolismo. Como conseqüência das atividades metabólicas, resultam substâncias finais inúteis e prejudiciais, como a uréia e outras, que são, em grande parte, eliminadas pela urina. Entretanto, o organismo elimina uma boa quantidade desses produtos pelo suor, através de todo o corpo.
É preciso fazer a limpeza da superfície corporal, retirando os produtos finais do metabolismo eliminados com as secreções sebáceas e o suor, para evitar o mau cheiro do corpo. O banho não só oferece uma sensação de bem-estar como livra o corpo das impurezas e das secreções de cheiro desagradável.
O uso de roupas leves e limpas também contribui para a higiene corporal.
O cuidado com os dentes e os cabelos completa esse tipo de medidas a serem tomadas na prevenção de doenças e na preservação da saúde.
A higiene do ambiente compreende a limpeza da casa e das ruas. O lixo não deve ser acumulado. Deve ser embalado em sacos plásticos e descartado na lixeira ou em lugares apropriados. O acúmulo de lixo facilita a proliferação de insetos (moscas e baratas), bem como de ratos e outros animais indesejáveis.

b)boa alimentação

Alimentos são substâncias muito importantes para os seres vivos porque auxiliam no crescimento, protegem o corpo contra as doenças e fornecem energia para a realização das diversas atividades, como estudar, trabalhar, passear, etc.
Os alimentos podem ser de origem vegetal, animal ou mineral. Os de origem vegetal são as verduras, legumes, cereais e frutas. Os de origem animal são a carne, os ovos, o leite e seus derivados. Os de origem mineral são a água e os sais minerais.
Os alimentos contêm diversos nutrientes em sua composição. Esses nutrientes são classificados de acordo com a função de cada um deles no organismo.








Os dentes
Você sabe o que devemos fazer para ter um bonito sorriso e uma boca saudável? Devemos cuidar bem dos nossos dentes. Quando fazemos isto, estamos evitando as cáries.
O que é cárie?
Cárie é um buraquinho que aparece nos dentes, causado pelas bactérias (seres vivos unicelulares que vai "roendo" os dentes até causar o buraquinho).

Como ocorre a cárie?
Logo que os primeiros dentinhos começam a aparecer, algumas bactérias grudam nos dentes, formando uma camada fininha chamada placa bacteriana ou placa dental. Se os dentes não forem bem escovados, os restos de alimentos que ficam escondidos vão alimentar e tornar mais forte a placa bacteriana. Com o tempo, ela endurece formando uma camada sobre dente, conhecida como tártaro.
As bactérias da placa transformam os restos de alimentos em ácidos. Esses ácidos atacam o esmalte do dente, provocando a cárie e a inflamação da gengiva.
A cárie pode ser evitada! O que podemos fazer?
  • Escovar os dentes após as refeições, principalmente à noite, antes de dormir.
  • Usar escovas com cerdas macias, adequadas e trocá-las de 3 em 3 meses ou assim que as cerdas começarem a se deformar.
  • Usar o fio dental para alcançar as áreas do dente, onde a escova não alcança.
  • Usar um creme dental que contenha flúor. Não precisa exagerar na quantidade ao colocar na escova.
  • Visitar o dentista a cada seis meses.
  • Evitar o consumo de doces, balas e refrigerantes, porque além de prejudicar os dentes, podem levar à obesidade.
  • Ter sempre uma boa alimentação, que não cause cáries. Coma bastante frutas, vegetais, leite, carne, ovos etc. Esses alimentos irão formar dentes permanentes bem fortes e resistentes às cáries.
Tomando esses cuidados e seguindo corretamente as orientações de seu dentista, tenha certeza de que você terá dentes fortes, hálito agradável, gengiva sadia e um lindo sorriso.








Dopping

Também chamado de “dopagem” é a administração ilícita de uma droga estimulante ou estupefaciente com vistas a suprimir temporariamente a fadiga, aumentar ou diminuir a velocidade, melhorar ou piorar a atuação de um animal ou esportista.

A comissão médica do comitê olímpico internacional instituiu, durante os jogos olímpicos do México (1968) a aplicação de testes anti-dopagem sistemáticos, decidindo que seriam excluídos dos jogos os atletas comprovadamente dopados. Nos últimos anos, com os atletas sendo patrocinados por grandes empresas, alguns mestres das diversas modalidades, visando interesses empresariais na divulgação de sua arte marcial, e também com o advento das competições de “Estilo livre” , ocorreu uma profissionalização equivocada dos profissionais envolvidos com as artes marciais, bem como seus atletas. Difícil dizer-se da ignorância ou má fé dessas pessoas. O fato é que, cada vez mais, os atletas de diversas modalidades têm se valido de meios ilícitos para auferir vantagens nas diversas competições, e assim atendendo interesses de forma escusa.

Cabe ressaltar que essas substâncias são consideradas dopantes, de forma qualitativa e não quantitativa, ou seja, não se considera a quantidade, mas sim o que aparece, mesmo porque os métodos laboratoriais de detecção não chegam a um resultado 100% conclusivo para se determinar a razão do uso do medicamento/tratamento ou dopagem.

Agruparemos as substâncias dopantes em 5 grupos principais:

1. ESTIMULANTES PSICOMOTORES: a anfetamina, a cocaína, os moderadores de apetite.

2. AMINAS SIMPATICOMIMÉTICOS: estimulam o sistema nervoso central, como vasoconstritores nasais que tem efedrina.

3. OUTROS ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: a cafeína, a aminoflina.

4. ANALGÉSICOS-NARCÓTICOS: a codeína, a morfina, a heroína, etc...

5. ESTERÓIDES ANABÓLICOS: os hormônios masculinos, que veremos adiante.

Com exceção dos esteroides, os efeitos dos outros grupos assemelham-se às anfetaminas (bolinhas) que são estimulantes do SNC. Infelizmente, ainda são muito usadas e provocam a elevação da pressão arterial, de frequência cardíaca do atleta, diminuem o medo e aceleram o metabolismo das células. Doses pequenas já produzem esses efeitos depois de 30 minutos. Efeitos colaterais não faltam: tonturas, dores de cabeça, insônia, mal estar, cansaço fácil e, principalmente a dependência da droga, que quase sempre evolui para drogas mais potentes e mais perigosas. Muitas vezes os efeitos são mais psicológicos do que fisiológicos.

O uso de estreardes anabólicos-adrogenicos pelos atletas em todo o mundo vem se tornando cada vez mais frequentes, apesar de todas as recomendações médicas em contrário e do vigor das leis de controle de dopagem.

Essas substâncias são derivadas da testosterona, um hormônio sexual masculino que é fabricado pelos testículos. No homem, é produzido durante a vida inteira, mas principalmente por volta dos 11 e 13 anos, tendo como funções principais: a decida dos testículos para dentro dos escrotos, o crescimento dos testículos e do pênis, a distribuição dos pêlos, participação no crescimento ósseo, desenvolvimento da musculatura após a puberdade. Daí a definição de esteroides anabólicos (crescimento e desenvolvimento) e androgênicos (caracteres sexuais masculinos).

Entretanto, os atletas no desespero de melhora rápida da massa e da força, e na incessante luta por melhorar seus recordes, acabam por usar doses elevadas, algumas vezes com exagero sem sentido. Em certos casos, as doses são tão altas que os músculos acabam ficando refratários a qualquer hipertrofia.

As modalidades que mais têm utilizado desse método são o halterofilismo, lutas, remo, atletismo e ciclismo.

No homem, os efeitos secundários são:

¨ Aumento das lesões traumatológicas dos tendões e dos ligamentos, porque o desenvolvimento dos músculos não é acompanhado do desenvolvimento dessas estruturas.

¨ Diminuição da estatura.

¨ Lesões do fígado, como hepatite e câncer.

¨ Redução do tamanho dos testículos, redução na produção dos espermatozóides e lesões graves da próstata.

Na mulher, o uso é muito perigoso, principalmente antes e durante a puberdade. Produz parada de crescimento, aspecto masculino, engrossamento da voz, aumento da distribuição dos pêlos e aumento do clitóris.

A reversibilidade de qualquer desses efeitos negativos depende da quantidade usada, do tempo de uso, de características metabólicas individuais e da extensão das lesões.








Uma alimentação saudável

A chave para uma dieta saudável é uma alimentação variada e bem balanceada. Ela deve fornecer a combinação certa de carboidratos, gorduras e proteínas, e a quantidade recomendada de todas as vitaminas e sais minerais de que o organismo necessita. Essa dieta deve satisfazer as necessidades de energia do indivíduo, porém sem excessos, além de fornecer a quantidade certa de fibras e água para auxiliar o funcionamento do sistema digestivo.Os alimentos apresentam-se sob muitas formas, porém todos têm as mesmas funções químicas básicas – fornecer às células do organismo fonte de energia, além de atuar como matéria-prima para o crescimento, restauração e manutenção dos órgãos e tecidos.
As substâncias que desempenham essas funções são chamadas nutrientes. Como os carboidratos e as gorduras são as principais fontes de energia, a importância de determinado tipo de alimento depende da quantidade desses dois nutrientes nele contido.
Se as quantidades de alimentos não forem corretas, e as necessidades individuais de energia não forem supridas, haverá a sensação de fome ou de excessiva plenitude.
Energia adicional é também suprida pelas reservas de glicogênio (amido) e de gordura do organismo. O glicogênio é formado pelas moléculas de glicose absorvidas dos carboidratos e desnecessárias à produção imediata de energia.
Toda atividade requer energia. O organismo converte os alimentos em reservas de energia, que devem estar disponíveis em todas as ocasiões. Essa complexa cadeia de eventos começa quando o alimento é transformado através dos processos digestivos no estômago e nos intestinos, e passa a liberar nutrientes, como glicose, ácidos graxos e aminoácidos.
A necessidade de energia depende, em parte, da atividade física exercida, mas em geral a pessoa que exerce uma atividade sedentária usa 70% de seu consumo diário de energia somente para manter o coração e os demais órgãos funcionando e para manter a temperatura do corpo. Exercícios regulares consomem mais energia e reduzem as gorduras do organismo.
A energia dos alimentos é medida em calorias, sendo que uma caloria é a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura, de um grama de água, em um grau centígrado. Como a caloria é uma unidade pequena, quando nos referimos a medições do valor energético de um alimento se usa o quilocaloria – equivalente a 1000 calorias. Os quilocalorias ou Calorias diárias necessárias depende do grau de atividade e do consumo de energia basal.
A energia em repouso necessária para uma mulher e um homem adulto é, em média, de 1300 e 1600 Calorias, respectivamente. Qualquer exercício exige energia extra, o que aumenta a necessidade total de calorias.
A maioria dos alimentos contém uma variedade de nutrientes, mas nenhum alimento, por si só, supre as necessidades de nutrientes e energia vitais ao crescimento. O leite, por exemplo, é uma excelente fonte de proteínas e carboidratos. O leite integral é rico em gorduras saturadas, já o desnatado e o semidesnatado têm pouca gordura. Todos fornecem uma grande porcentagem da quantidade diária recomendada de cálcio, vitamina B12 e riboflavina, em um único copo. O leite também tem vitaminas A e D, mas mesmo um alimento nutritivo como ele é deficiente em ferro e vitamina C.

Pirâmide alimentar

A pirâmide alimentar estabelece um planejamento para uma dieta saudável. Na verdade, ela é um guia para escolhas alimentares diárias baseadas em “porções” dos cinco maiores grupos de alimentos. Conforme essa pirâmide, os alimentos são separados em energéticos, reguladores, construtores e energéticos extras. Esses alimentos devem ser consumidos em ordem decrescente. Isto é, deve-se consumir os carboidratos complexos (pães, farinhas, tubérculos, massas) em quantidade equilibrada com os óleos vegetais , seguidos dos vegetais e frutas, legumes e frutos secos, carnes brancas e ovos, leite e derivados e por último, os energéticos extras (doces) de consumo reduzido. A pirâmide alimentar saudável difere da pirâmide tradicional basicamente no aspecto de que as gorduras não são, necessariamente, maléficas e os hidratos de carbono devem participar da dieta com moderação.
É bom destacar que os alimentos de um grupo não podem substituir os de outros, e nenhum grupo de alimentos é mais importante que outro. Para se manter saudável, o indivíduo precisa de todos eles. A vantagem do uso dessa pirâmide é que se pode comer de tudo, desde que em quantidade equilibrada, diversificando a dieta e favorecendo ao bom desempenho das funções dos tecidos do organismo humano.

Os alimentos e suas características

Os Carboidratos

Os carboidratos são os primeiros componentes celulares formados pelos organismos fotossintéticos e resultam da fixação do dióxido de carbono com absorção da luz, é fonte primordial de energia para todos os processos biológicos. Os animais ingerem grande quantidade de carboidratos, que podem ser armazenados, transformados para obtenção de energia, convertidos em lipídios para a conservação mais eficiente de energia ou utilizados na síntese de numerosos componentes celulares.
Os carboidratos constituem um grupo de substâncias químicas formadas por moléculas simples, conhecidas como sacarídeos; estes são combinados para formar os dois principais tipos de carboidratos: açúcares e amidos. Quando eles são combinados com o oxigênio (oxidados) nas células, formam-se o dióxido de carbono e água e a energia é liberada.
Os açúcares são carboidratos simples, formados por uma ou duas moléculas de sacarídeos ligadas que são chamados monossacarídeos (glicose, frutose e galactose) ou dissacarídeos (sucrose ou sacarose, lactose e maltose). Têm sabor adocicado. A sacarose, ou açúcar de cana, é também encontrado na beterraba, e a lactose, ou açúcar do leite, são dois dos açúcares mais comuns. Os dissacarídeos são processados pelas enzimas digestivas no intestino e reabsorvidos como monossacarídeos. Por exemplo, a sucrose é transformada em glicose e frutose; a lactose é transformada nos monossacarídeos glicose e galactose.
Os amidos são carboidratos complexos, constituídos de no mínimo 10 moléculas de sacarídeos (polissacarídeos), que devem ser transformadas antes de absorvidas pelo organismo. São encontrados em muitas plantas alimentícias. Entre as fontes de amido estão as frutas, os vegetais, e derivados de grãos (trigo, cevada, milho, aveia e centeio) como pão, massas e cereais.
Todos os carboidratos devem ser transformados em unidades simples e convertidos em glicose, no fígado, antes de poderem ser usados. Mas, para o armazenamento é mais conveniente acumular o açúcar na forma de polissacarídeo glicogênio, principalmente no fígado e nos músculos. O armazenamento de monossacarídeos alteraria o equilíbrio osmótico das células, já os polissacarídeos possuem pouco efeito osmótico, produzindo, portanto alterações mínimas na célula. A glicose não necessária à produção imediata de energia transforma-se em gordura no corpo.
Na nutrição humana apenas uma pequena porção dos carboidratos das plantas pode ser utilizada, pois não possuímos enzimas hidrolíticas para degradar a celulose e outros polissacarídeos vegetais a monossacarídeos. A maior parte dos carboidratos utilizáveis é ingerida como amido vegetal, glicogênio animal ou na forma dos dissacarídeos sacarose, maltose e lactose.
A glicose é fornecida a todos os tecidos do corpo através da corrente sanguínea, onde são encontrados em condições normais 70 a 90 mg de glicose por 100 ml de sangue. Estes valores se elevam após as refeições, mas, por outro lado, o jejum resulta em pouca ou nenhuma redução da glicemia por vários dias.
A dependência dos tecidos à glicose varia consideravelmente, ela é essencial para o sistema nervoso central já que é a principal fonte de energia que atravessa a barreira hematoencefálica. Os músculos e outros tecidos podem obter grande parte de sua energia de outras fontes (acetoacetato e aminoácidos). O músculo cardíaco não é grandemente afetado pelas flutuações da glicemia, e a perda de glicose pela urina é muito pequena em condições normais, independente da dieta.
O nosso organismo reage ao aumento de glicose no sangue – que ocorre quando ingerimos carboidratos – liberando insulina produzida pelo pâncreas. Esse hormônio estimula a captação de glicose para as células. No diabetes mellitus, onde a insulina não é produzida ou o é em quantidades inadequadas e pouco atuante, o nível da glicemia aumenta com diminuição da utilização da glicose. Neste caso haverá presença da glicose na urina e embora o cérebro e o coração continuem a receber e processar a glicose, os músculos e o fígado são incapazes de utilizá-la normalmente, gerando uma situação descrita como “inanição em meio à fartura”.
Entre outros problemas de saúde envolvendo o excesso de açúcar na dieta encontram-se as doenças dentárias. A placa bacteriana, que ocorre normalmente, é uma camada branca que se acumula nos dentes entre os períodos da escova dos dentes. A placa é composta de bactéria, água, polissacarídeos e algumas vezes células mortas da mucosa bucal. Ela se acumula em áreas que são difíceis de limpar, normalmente, chamada de pontos de acúmulo do alimento. Os açúcares dos alimentos são metabolizados pelas bactérias das placas e transformados em ácidos. O ácido começa a dissolver a dura camada de esmalte do dente, causando sua deterioração ou as cáries. Quando o ácido é neutralizado, o dente pode se recuperar, mas o consumo freqüente de açúcares mantém este meio ácido, impedindo o processo de recuperação.

A ingestão de grandes quantidades de açúcares refinados, como a sucrose, pode favorecer este processo. Não existem evidências sugerindo que os açúcares intrínsecos, como a frutose nas frutas e a lactose no leite e laticínios, tenham efeitos adversos nos dentes. Contudo, o uso prolongado, em mamadeiras, que permanecem em contato com o dente por períodos prolongados pode contribuir para a deterioração.
As fibras são carboidratos, atualmente também classificadas como polissacarídeos, sem amido. As fibras são o principal componente das paredes celulares das plantas e são resistentes às enzimas que digerem os alimentos e, portanto, não são absorvidas pelo organismo.

A maioria das fibras da dieta é derivada de casca dos grãos, da casca e da polpa das frutas e do material fibroso das hortaliças. No trigo, milho e arroz a fibra é basicamente insolúvel, enquanto na aveia, cevada e centeio é basicamente solúvel. Nas frutas, é variável a proporção entre estes dois tipos de fibras. Cada tipo de fibra tem um papel diferente na digestão.
As fibras insolúveis aumentam o volume e a umidade das fezes. Elas previnem e aliviam, portanto, a constipação ao reter água no intestino. O maior volume aumenta a velocidade de trânsito das fezes e reduz a pressão no intestino. A redução na pressão ajuda a prevenir a diverticulite. Assim, embora as fibras não tenham valor nutritivo nem energético, são imprescindíveis à dieta. Os alimentos com fibras dão a sensação de saciedade, ajudam na perda de peso e desempenham importante papel na manutenção da saúde.
As fibras solúveis têm pouco efeito na evacuação, mas elas agem unindo-se aos ácidos biliares, os quais são ricos em colesterol. O colesterol encontrado na bile é usualmente reabsorvido para o corpo. As fibras solúveis previnem esta reabsorção levando-os a serem eliminados nas fezes e, portanto diminuindo a quantidade de colesterol que retorna à corrente sangüínea. Isto pode ser importante na prevenção de doença coronariana.

FIBRAS

As fibras insolúveis passam pelo intestino inalteradas, enquanto as fibras solúveis são parcialmente metabolizadas pelas bactérias do intestino.
Dietas ricas em fibras também modificam a absorção dos nutrientes no intestino. Os carboidratos são digeridos e absorvidos mais lentamente resultando em liberação mais gradual de glicose no sangue, o que é especialmente importante para os diabéticos. Reduzem a absorção de gorduras, baixando ligeiramente os níveis de colesterol no sangue. Por isso sempre que consumir gorduras procure acrescentar saladas cruas ou frutas nas refeições.
Uma atividade física regular melhora o controle de triglicérides, pois aumenta o gasto energético e conseqüentemente, melhora o equilíbrio do organismo. Cada adulto deve ingerir de 12 a 25 gramas de fibras por dia, oriundas de fontes variadas. Para crianças, não é recomendado altas quantidades de fibras, porque elas interferem na absorção de alguns minerais essenciais à saúde.

As Gorduras ou lipídios

Os lipídios incluem uma grande variedade de compostos que se caracterizam pela sua pouca solubilidade em meio aquoso. São os principais compostos extraídos de tecidos animais e vegetais.
Entre as propriedades das gorduras, de importância bioquímica, encontram-se aquelas em que as gorduras podem ser saturadas e não-saturadas. Diferem na composição química, sendo que as não saturadas possuem dupla ligação na sua cadeia estrutural (Ex. CH2[CH2]7CH= CH2[CH2]7COOH), e na forma como afetam o organismo.
Todo mamífero requer, para o seu crescimento adequado, pequenas quantidades de vitaminas lipossolúveis e de gorduras insaturadas. Com esta exceção, os lipídios parecem não ser necessários na dieta alimentar, mas são fontes de energia altamente concentrada, e são usados para acionar as reações químicas do organismo, produzindo, por grama, duas vezes mais Calorias que os carboidratos e proteínas.
As gorduras saturadas são encontradas em derivados do leite e em alguns produtos de origem animal. São responsáveis pela elevação das quantidades de colesterol no sangue, o que, por sua vez, aumenta o risco de doenças coronarianas. A maior parte das gorduras vegetais fornece quantidades maiores de gorduras não-saturadas, mais saudáveis.
Uma dieta saudável deve proporcionar não mais de 30% da ingestão total de Calorias em forma de gordura. Sempre que possível, devem ser escolhidas gorduras não-saturadas (Figura 3). Calcula-se que um indivíduo normal, pesando aproximadamente 70 kg, tem 15 kg de lipídios nos tecidos.
Os lipídios estão aumentados no sangue, transitoriamente, após a ingestão de dieta rica em gordura. A meia vida para depuração dos lipídios do sangue, após refeição, é normalmente de cerca de uma hora. Pequenas quantidades de ácidos graxos liberados de gorduras digeridas são usadas como componentes estruturais das células, sendo, pois, importantes para o crescimento e restauração das células. As gorduras são também valiosas no transporte das vitaminas A, D, E e K.
As células usam os ácidos graxos e o glicerol como fontes de energia, que são obtidos, juntamente com o colesterol, a partir dos lipídios ingeridos. Estes compostos formam partículas pequenas chamadas micelas, que são pequenas o suficiente para serem absorvidas pela parede do intestino. Na parede intestinal, as micelas são remontadas em compostos maiores e transportadas para o fígado. O fígado então produz lipoproteínas, como a lipoproteína de alta densidade (HDL - Low Density Lipoprotein) e a lipoproteína de baixa densidade (LDL - High Density Lipoprotein). A quantidade de colesterol na dieta influencia o grau de produção destas lipoproteínas.
Grande parte dos lipídios é armazenada sob a pele, onde atuam como isolante contra a perda excessiva de calor para o ambiente, e também como isolante contra traumatismos mecânicos. Um fato curioso é que durante a vida intra-uterina o feto não possui ou tem escassez de lipídios de depósito, adquirindo-o apenas pouco tempo antes do nascimento. Isto se deve ao fato de ser nutrido a partir da circulação materna, através da placenta, e alimentar-se continuamente, contrariamente ao adulto que o faz intermitentemente. Assim não necessita de depósitos de energia a longo prazo, pois vive em ambiente termoregulador, está protegido pelo líquido amniótico e pelos tecidos maternos contra choques mecânicos, assim não precisa ou precisa de apenas nível basal de lipídios de depósito.
O excesso de gorduras depositadas causa aumento de peso e obesidade. Sabe-se que as gorduras fornecem 2/3 ou metade do valor calórico da dieta média dos americanos, que juntamente com os carboidratos e sedentarismo vem elevando o número de obesos, doenças cardiovasculares e degenerativas.
Há uma relação direta na alteração do nível do colesterol sanguíneo em resposta a mudanças no grau de saturação dos lipídios (ácidos graxos) da dieta. Portanto, quanto mais lipídios saturados na dieta alimentar maior concentração de colesterol no soro.

Gordura trans

Seu nome faz referência à ordem da cadeia dos átomos de ácido graxo, que, como o próprio nome diz (trans), é conhecido por ácido graxo transverso. Esta ordem é rara na natureza e mais ainda em óleos e gorduras vegetais não refinados, ou seja, sem passar por um processo de hidrogenação industrial (processo no qual se incorporam artificialmente moléculas de hidrogênio em líquidos de origem vegetal, transformando-os em gordura sólida à temperatura ambiente).
Para melhorar a consistência, aumentar o sabor e expandir a validade dos produtos, a gordura trans está presente em muitos alimentos processados como algumas margarinas, biscoitos (principalmente recheados), balas, molhos de salada, frituras e alguns sorvetes. No entanto, em menor escala, também pode ser encontrada em alimentos in natura como carnes, leite e seus derivados.
Por outro lado, tem sido comprovada a relação direta das gorduras trans com o aumento do mau colesterol (LDL) e diminuição do bom colesterol (HDL). No processo digestivo, as gorduras são quebradas em pequenas partículas que se ligam às proteínas, formando as lipoproteínas, caracterizadas pela sua densidade. As de baixa densidade (LDL) são maléficas, pois se depositam nas paredes de vasos, veias e artérias, formando placas que os obstruem. Por isso estão diretamente relacionadas a complicações cardiovasculares. Já as de alta densidade (HDL) ligam-se ao LDL, removendo-o e levando-o para o fígado para ser excretado. Além disso, auxiliam no transporte e absorção das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) no intestino. Por isso contribuem para a manutenção da saúde cardiovascular do organismo.
Como não é uma gordura necessária ao organismo, o ideal é consumir o mínimo possível. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que seu consumo não ultrapasse 1% do valor calórico da dieta.


As proteínas

Proteínas são macromoléculas, com centenas ou milhares de unidades químicas, chamadas aminoácidos (AA), que são ligados em cadeias longas. É o material básico que compõe as células e os tecidos do organismo, mas cada uma tem sua seqüência de AA. Embora todas as proteínas sejam constituídas pelos mesmos 20 aminoácidos, elas são as substâncias mais funcionalmente diversas dentre todos os compostos biológicos. Nos seres vivos o principal destino dos aminoácidos é sua incorporação em proteínas.
Os aminoácidos contêm carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e ocasionalmente sulfa. Todos os aminoácidos têm um grupo ácido e um grupo amino agregados a um átomo de carbono. O grupamento amino é constituído da combinação de nitrogênio e hidrogênio. Este grupamento pode se unir ao grupo ácido de outro aminoácido para formar um dipeptídeo. Esta união é chamada ligação peptídica. Quando mais de dois AA se juntam, forma-se um polipeptídeo. Uma proteína típica pode conter 500 ou mais aminoácidos agregados. O tamanho e a forma de cada polipeptídeo determinam a proteína e a sua função. Algumas proteínas são feitas de vários polipeptídeos. Cada espécie tem suas proteínas características. As proteínas do músculo humano, por exemplo, são diferentes daquelas do músculo do bovino.
Representação esquemática da estrutura do aminoácido que são unidades químicas formadas por um grupo amino e um grupo ácido, que se ligam formando longas cadeias protéicas.
Durante o processo da evolução, os animais perderam a capacidade de sintetizar certos aminoácidos, normalmente, presentes na maioria das proteínas. Estes AA que não podem ser sintetizados na velocidade adequada às necessidades metabólicas de um indivíduo são denominados AA essenciais (arginina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina). Estes são supridos pela ingestão de produtos naturais ricos em proteínas. Um homem adulto de 70 kg sintetiza e degrada cerca de 400g de proteína por dia
A ingestão regular de proteínas fornece uma quantidade suficiente de aminoácidos às células do organismo. Elas usam essas unidades químicas na formação de novas proteínas. As proteínas também ajudam no crescimento, regeneração e substituição de diferentes tecidos do corpo, como ossos, músculos, tecidos conectivos e as paredes de órgãos.
Algumas proteínas são enzimas, as quais promovem as reações químicas que produzem a energia necessária às atividades celulares.

Nas pessoas bem alimentadas, os aminoácidos não são necessários à produção de energia. Os carboidratos e as gorduras são um combustível muito melhor. Nos casos de desnutrição grave, em que estão esgotadas as reservas de gorduras e de glicogênio (carboidratos de reserva), os aminoácidos agem como fonte de energia, em prejuízo da manutenção, regeneração e crescimento dos tecidos.
As proteínas são fornecidas por alimentos de origem animal e vegetal. A quantidade de proteínas adequada a cada pessoa é determinada, basicamente, pela idade e peso. Normalmente os povos ocidentais ingerem a porção recomendada, graças à maior disponibilidade de proteína, principalmente proveniente da carne e do leite, no caso das crianças.
Todos os alimentos de origem vegetal, como arroz e feijão, contêm proteínas, mas em nenhum deles está presente a proteína completa contida nos alimentos de origem animal. A proteína completa é a que contém todos os aminoácidos essenciais necessários ao organismo.

As vitaminas

Desde meados do século XIX tem-se conhecimento que pequenas quantidades de certas substâncias eram importantes componentes de uma alimentação saudável. Em 1911 uma destas substâncias foi isolada, a tiamina (ou vitamina B1), que foi denominada de vitamina. As vitaminas são substâncias químicas complexas. A maioria delas não pode ser fabricada pelo corpo, por isso é necessário obtê-las a partir dos alimentos. A vitamina D é uma exceção, pois ela pode ser produzida na pele com a exposição à luz solar. As bactérias que vivem no intestino também podem produzir algumas vitaminas. As vitaminas eram conhecidas originalmente pelas letras do alfabeto, mas, atualmente, os pesquisadores e outros profissionais de saúde utilizam o seu nome químico com mais freqüência. As vitaminas são divididas em dois grupos: solúveis em água e solúveis em gordura. As vitaminas solúveis em água são encontradas em alimentos não gordurosos e ricos em água como frutas e vegetais. As vitaminas solúveis em gordura são encontradas em alimentos gordurosos, já que suas estruturas químicas permitem que elas sejam dissolvidas neles.
Algumas vitaminas, principalmente as vitaminas solúveis em água, são perdidas com o passar do tempo. Assim, os alimentos frescos e pouco cozidos têm melhor suprimento de vitaminas. A vitamina C, por exemplo, é destruída pelo calor, e a vitamina B1 (tiamina) é sensível à luz.
Os vegetais congelados são geralmente melhores fontes de vitaminas porque são resfriados logo após a colheita e as vitaminas são preservadas. Já os vegetais frescos podem permanecer em trânsito ou no mercado por dias antes de serem vendidos, ou ficar armazenados em casa antes de serem consumidos.
As vitaminas do complexo B e C são solúveis em água. Qualquer excesso é excretado pela urina.
As vitaminas são, portanto, indispensáveis, e deixar de ingerir a quantidade recomendada é prejudicial à saúde. Sem as vitaminas obtidas da alimentação, o organismo não funciona normalmente. Uma dieta balanceada e variada já contém todas as vitaminas de que o organismo necessita. Os suplementos são administrados apenas às pessoas que não estão bem de saúde, sofrem de doenças crônicas ou não se alimentam bem. Só se deve tomar com supervisão médica, pois algumas vitaminas têm efeitos tóxicos quando ingeridas em excesso por período prolongado. Em geral, as vitaminas asseguram o bom funcionamento das células. Os suplementos de piridoxina são consumidos por muitas mulheres para tratar os sintomas pré-menstruais, mas não há evidência conclusiva mostrando que eles têm efeitos benéficos.

Os minerais

Os sais minerais são tão importantes quanto as vitaminas e dão uma contribuição essencial à saúde do organismo. Ao contrário das vitaminas os sais minerais não se deterioram durante o armazenamento ou preparo, portanto sua deficiência é rara.
Sabe-se que pelo menos 20 diferentes sais minerais desempenham um papel no controle do metabolismo ou na manutenção da função de tecidos orgânicos. Os principais são magnésio, potássio, cálcio, sódio, ferro, zinco, cobre, selênio, flúor e iodo, indispensáveis a muitos processos químicos do organismo. Uma dieta balanceada fornece os sais minerais necessários, porém, é comum encontrar pessoas com deficiências de ferro, cálcio e iodo. Muitas vezes, são adicionados aos alimentos, como o iodo no sal de cozinha e o ferro no leite e na farinha de trigo.
O sódio, potássio e cromo também são referidos, em solução, como eletrólitos. Eles são amplamente distribuídos pelo corpo e têm muitas funções, incluindo a de manter os nervos trabalhando adequadamente. As deficiências ou excesso destes químicos são usualmente causados por problemas no metabolismo como, por exemplo, em certas doenças ou na desidratação causada por excesso de vômito. Os eletrólitos estão prontos em alimentos animais e vegetais.

Sal

O sal comum é cloreto de sódio. Os nutricionistas recomendam a ingestão de 4 a 6 gramas de sal por dia. O sal aumenta a pressão sangüínea, o que, por sua vez, pode aumentar o risco de doenças coronarianas, entre outras.
Depois de o sal ter sido absorvido na corrente circulatória, dissocia-se, em grande parte, a combinação de cloro e sódio, exercendo, separadamente, os seus próprios efeitos.
Ao passo que o átomo de cloro é rapidamente combinado por outras substâncias e resulta inócuo, entrando a formar parte do ácido clorídrico do estômago, pelo contrário o átomo livre de sódio, ao combinar-se com o hidrogênio, exerce notáveis efeitos tóxicos. Se for dado a uma criança de peito, de um a três gramas de sal, reagirá com uma subida de temperatura. Mas também os adultos, depois de vários meses de consumo excessivo de sal, sofrem fortes efeitos em todas as funções orgânicas e dos tecidos. Hoje o regime alimentar sem sal é parte principal do tratamento dos pacientes com doenças coronarianas, e principalmente com comprometimento do sistema circulatório, bem como do renal, hepático, pele e pulmões.

Água

Considerado o componente químico mais abundante da matéria viva, a água atua como solvente universal. Essa característica da água é de fundamental importância para os seres vivos, uma vez que as reações químicas de natureza biológica se desenvolvem em soluções. A água é, ainda, um importante veículo de transporte de substâncias, permitindo o contínuo intercâmbio de moléculas e de íons entre os líquidos extra e intracelular.
Nos seres vivos, a evaporação da água, através de suas superfícies, contribui para a manutenção da temperatura corpórea em níveis compatíveis com a vida. Nas articulações ósseas, a água exerce um papel lubrificante, contribuindo para diminuir o atrito ente os ossos. Além disso, nas reações de hidrólise, como ocorre no processo digestivo, a água participa como um reagente indispensável na transformação das grandes moléculas orgânicas em outras moléculas menores.
Geralmente, a taxa de água é tanto maior quanto maior a atividade metabólica de um determinado tecido ou órgão. De fato, as células nervosas do cérebro de um ser humano adulto podem conter cerca de 80% de água, enquanto as células ósseas, de menor atividade metabólica, contêm cerca de 40% de água.
A taxa de água varia, também, em função da idade do organismo. Nos indivíduos jovens, o teor de água é geralmente maior que nos indivíduos adultos de sua espécie. Um feto humano de três meses, por exemplo, contém cerca de 94% de água, enquanto um recém-nascido apresenta cerca de 70% e um ser humano adulto aproximadamente 65%.








Vírus

É um Ser vivo microscópico e acelular (não é composto por células) formado por uma molécula de ácido nucléico (DNA ou RNA), envolta por uma cápsula protéica. Apresenta-se sob diferentes formas: oval, esférica, cilíndrica, poliédrica ou de bastonete. Por ser incapaz de realizar todas as funções vitais, é sempre um parasita celular, ou seja, necessita de um animal, planta ou bactéria para multiplicar-se e desenvolver-se. Ao se reproduzir dentro de uma célula, acaba por lesá-la. Na reprodução, qualquer modificação no DNA provoca uma mutação, gerando novos tipos de vírus.Grande parte das doenças infecciosas e parasitárias é causada por vírus, como a Aids, a catapora, a dengue, a rubéola e o sarampo. A transmissão pode ser feita pelo ar, por contato direto (gotículas de saliva ou muco) e indireto (utensílios, água e alimentos contaminados ou picada de animais). O tratamento de uma infecção viral geralmente é restrito apenas ao alívio dos sintomas, com o uso de analgésicos e antitérmicos para diminuir a dor de cabeça e reduzir a febre. Há poucas drogas que podem ser usadas no combate de uma infecção viral, pois ao destruírem o vírus acabam por destruir também a célula. Quase todas as doenças causadas por vírus podem ser prevenidas com vacinas.

A febre é um sintoma comum a todas as infecções virais. Outros sinais característicos presentes na maioria das infecções são dor de garganta, fadiga, calafrio, dor de cabeça e perda de apetite. Mas grande parte das doenças apresenta uma sintomatologia própria. Por exemplo, a manifestação de pequenas elevações eruptivas avermelhadas na pele caracteriza a rubéola e a catapora ou varicela. No sarampo, são comuns erupções na mucosa bucal e o surgimento de manchas avermelhadas na pele. A inflamação e o inchaço das glândulas salivares são sintomas específicos da caxumba. Na poliomielite ocorre rigidez da nuca e perturbações físicas que podem causar paralisia e atrofia de certas partes do corpo. Na febre amarela e na hepatite infecciosa viral há náuseas e vômitos.

Aids

A sigla Aids (do inglês, Acquired Immunodeficiency Syndrome) significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, nome atribuído à doença infecciosa descoberta no início dos anos 80, causada pelo vírus HIV (do inglês, Human Immunodeficiency Virus – Vírus da Imunodeficiência Humana). De acordo com pesquisadores, o HIV teria se hospedado em algumas espécies de macacos africanos e, de alguma forma, por ingestão da carne contaminada ou durante caçadas, teria alcançado a corrente sanguínea humana. O vírus da Aids teria sofrido constantes mutações durante séculos até chegar à forma atual.
Dentro do corpo humano, o HIV infecta e destrói os linfócitos do tipo CD4+, responsáveis pelo sistema imunológico. Sem o seu potencial de defesa, o organismo fica vulnerável a vírus e bactérias e sujeito a todo tipo de infecções oportunistas que levam à morte do portador. O HIV circula por todas as secreções líquidas do corpo. No sangue, no sêmen e nas secreções vaginais ele aparece em grande quantidade. No suor, na lágrima, na urina e na saliva a quantidade é menor e insuficiente para provocar a contaminação.
O HIV é um retrovírus, ou seja, um tipo de vírus capaz de se reproduzir de modo diferente dos tradicionais, ao usar como material genético uma molécula de RNA em vez de DNA (processo chamado de transcrição reversa). Há dois tipos de HIV: o HIV1 e o HIV2. O último é menos agressivo e retarda o aparecimento dos sintomas. Segundo cientistas, isso explica por que determinadas pessoas desenvolvem mais rapidamente a doença do que outras. Há indícios também de que a quantidade de vírus no organismo defina a intensidade da doença.
Contágio – A Aids é transmitida quando o vírus HIV entra em contato com a corrente sanguínea, o que pode acontecer nas relações sexuais (heterossexuais ou homossexuais), nas transfusões sanguíneas e por meio de seringas ou instrumentos cortantes com resíduos de sangue contaminado. A possibilidade de contaminação através do sexo oral é comprovada em 1996, segundo pesquisa do Instituto do Câncer de Boston (EUA) feita com chimpanzés. Devido à quantidade de vírus no sêmen ser muito grande, há o risco de o vírus ser absorvido pela mucosa bucal e não apenas por meio de algum ferimento na boca.
A Aids pode ser transmitida de mãe para filho durante a gravidez, o parto e a amamentação. Estima-se que 30% das mulheres grávidas infectem seus bebês com o vírus. No caso de a mãe tomar AZT (medicação para controlar a doença), o índice cai para 8%. Não há nenhum caso registrado de contágio pela saliva, lágrima, suor ou urina. É descartada a transmissão via picada de insetos, abraços ou apertos de mão.
Prevenção – O uso de preservativo (camisinha, camisa-de-vênus ou condom) é o método mais seguro (97% de segurança) para evitar a contaminação através da relação sexual. Agulhas, seringas e instrumentos cortantes descartáveis ou esterilizados são utilizados para prevenir o contágio pela corrente sanguínea. Nas transfusões, o sangue utilizado passa por testes que identificam o vírus HIV, a fim de evitar a contaminação.
O teste sanguíneo chamado Elisa, criado em 1985, revela se uma pessoa é portadora do HIV (soropositiva). Atualmente, há outros testes em fase de estudo, como o Orasure, que identifica o vírus pela saliva, e o Ampliodor, que mede a quantidade de vírus na circulação sanguínea .
Sintomas – Um indivíduo pode ser portador do vírus da Aids e não apresentar de imediato os sintomas da doença, já que o HIV pode ficar incubado por até dez anos. As primeiras manifestações da doença são diarréias constantes, febre alta, herpes, gânglios duradouros e perda de peso. Depois, é comum o aparecimento de doenças oportunistas, como pneumonia e toxoplasmose, que podem ser fatais. Quando a doença atinge um estágio mais avançado, certos tipos raros de câncer manifestam-se, como o sarcoma de Kaposi (provoca lesões na pele, no estômago e no intestino) e os linfomas (tumores nos gânglios linfáticos), além de distúrbios neurológicos, perda de memória e coordenação motora.
Tratamento – A Aids ainda não tem cura, mas o desenvolvimento e a administração de medicamentos, como o AZT (zidovudina), DDI (didanosina), DDC (zalcitabina), D4T (estavudina) e 3TC (lamividina), aumenta a sobrevida dos pacientes e consegue períodos prolongados de melhora da doença.
Em julho de 1996, os resultados de um novo tratamento revolucionário, chamado “coquetel anti-Aids”, foram apresentados durante a 11ª Conferência Internacional da Aids, em Vancouver, no Canadá. O coquetel de drogas é cem vezes mais potente do que o uso isolado do AZT, até então o único remédio disponível contra o vírus da Aids. Consiste na administração conjunta de três tipos de drogas: o AZT e uma outra droga da mesma família (a mais utilizada é o 3TC), que são os “bloqueadores de transcriptase reversa” (detêm a reprodução do vírus em seu estágio inicial) e um inibidor de protease (impede que o vírus complete a fase final de seu amadurecimento e destrua novas células), que pode ser o Ritonavir, o Saquinavir, o Crixivan e o Indinavir. A administração desse grupo de medicamentos em vários pacientes mostrou um controle na multiplicação do vírus do HIV, reduzindo os sintomas da doença. De um grupo de 21 pacientes que receberam o medicamento durante quatro meses, de outubro de 1995 a fevereiro de 1996, 18 eliminaram 98,9% dos vírus. Porém, o coquetel provoca alguns efeitos colaterais, como náuseas e problemas nos rins e no fígado. Se ministrado a longo prazo, há o risco de causar doenças fatais, como o câncer.
De acordo com o Programa de Aids da ONU, Unaids, menos de 10% do total das pessoas infectadas pelo vírus da Aids em todo o mundo poderá ser beneficiado pelo novo tratamento. Cerca de 92% das vítimas da doença estão nos países mais pobres, onde não há condições de bancar terapias que custam de US$ 12 mil a US$ 18 mil por ano.
Mais de 20 projetos de vacinas contra a Aids estão sendo pesquisados. Uma delas está sendo testada em 5 mil voluntários de todo o mundo. No Brasil ela foi aplicada em 300 pessoas, em julho de 1996. Os resultados desta primeira etapa de vacinação ainda serão avaliados.
Aids no mundo – Segundo dados da Unaids, o número de casos diagnosticados de portadores de HIV no mundo é de 21.898 mil. Deste total, 12.263 mil (56%) são homens, 8.759 mil (40%) mulheres e 876 mil (4%) crianças. Cerca de 94% dos portadores vivem nos países em desenvolvimento. São 4 mil novas infecções diárias na África e 3 mil na Ásia. De acordo com estimativas oficiais, no ano 2000 o vírus HIV infectará 44 milhões de pessoas em todo o mundo.

Aids no Brasil – Desde 1980 já foram diagnosticados 82.852 casos de Aids no país, de acordo com informações de junho de 1996 do Ministério da Saúde. Os homens correspondem a 67.521 (81,5%) dos casos e as mulheres a 15.331 (18,5%). Calcula-se que 36 mil pessoas já tenham morrido em decorrência da Aids, numa média de 20 mortes diárias (ver Saúde em Brasil).

Dengue

Doença infecciosa causada por quatro tipos diferentes de vírus e transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e pelo Aedes albopictus (ver Doenças infecciosas). Evolui principalmente em zonas urbanas e, a partir da década de 70, grandes surtos atingem América Latina, África e Ásia. Desde os anos 80, costuma aparecer de forma epidêmica na época do verão, quando as chuvas são mais freqüentes, pois os focos de água parada favorecem a reprodução do mosquito transmissor. O índice de mortes da doença é de 15% a 20%. Mas, se identificado a tempo, o dengue é tratável e sua cura é total, sem deixar seqüelas.
Existem três formas clínicas da doença: o dengue clássico, o dengue hemorrágico e a síndrome de choque do dengue. Na forma clássica, a doença provoca dores de cabeça e musculares, erupções na pele, comprometimento das vias aéreas superiores, febre e aumento das glândulas linfáticas. O dengue hemorrágico causa, ainda, hemorragias gastrointestinais, cutâneas, gengivais e nasais e, muitas vezes, é fatal. Esse caso ocorre quando a pessoa já teve a doença e é reinfectada por um dos outros tipos de vírus. Se não tratada de imediato, leva à morte em 50% dos casos e pode evoluir para a forma mais grave, a síndrome de choque do dengue. Esta, mais comum entre crianças menores de 15 anos, causa falência circulatória e, na falta de tratamento, o índice de mortes chega a 80%.
Não existe vacina contra o dengue, e a melhor forma de prevenção são os inseticidas e a eliminação de focos de água parada, em que o mosquito transmissor costuma se reproduzir. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, foram notificados 56.618 casos da doença em 1994. O total notificado até outubro de 1995 foi de 120.487 casos.

DNA e RNA

Substâncias químicas envolvidas na transmissão de caracteres hereditários e na produção de proteínas – compostos que são o principal constituinte dos seres vivos. São ácidos nucléicos encontrados em todas as células e também são conhecidos em português pelas siglas ADN e ARN (ácido desoxirribonucléico e ácido ribonucléico). De acordo com a moderna Biologia , o DNA faz RNA, que faz proteína (embora existam exceções – os retrovírus, como o vírus da Aids).
DNA – O ácido desoxirribonucléico é uma molécula formada por duas cadeias na forma de uma dupla hélice. Essas cadeias são constituídas por um açúcar (desoxirribose), um grupo fosfato e uma base nitrogenada (T timina, A adenina, C citosina ou G guanina). A dupla hélice é um fator essencial na replicação do DNA durante a divisão celular – cada hélice serve de molde para outra nova.
RNA – O ácido ribonucléico (RNA) é uma molécula também formada por um açúcar (ribose), um grupo fosfato e uma base nitrogenada (U uracila, A adenina, C citosina ou G guanina). Um grupo reunindo um açúcar, um fosfato e uma base é um “nucleotídeo”.
Código genético – A informação contida no DNA, o código genético , está registrada na seqüência de suas bases na cadeia (timina sempre ligada à adenina, e citosina sempre com guanina). A seqüência indica uma outra seqüência, a de aminoácidos – substâncias que constituem as proteínas. O DNA não é o fabricante direto das proteínas; para isso ele forma um tipo específico de RNA, o RNA mensageiro, no processo chamado transcrição. O código genético, na forma de unidades conhecidas como genes, está no DNA, no núcleo das células. Já a “fábrica” de proteínas fica no citoplasma celular em estruturas específicas, os ribossomos, para onde se dirige o RNA mensageiro. Na transcrição, apenas os genes relacionados à proteína que se quer produzir são copiados na forma de RNA mensageiro. Cada grupo de três bases (ACC, GAG, CGU etc.) é chamado códon e é específico para um tipo de aminoácido. Um pedaço de ácido nucléico com cerca de mil nucleotídeos de comprimento pode, portanto, ser responsável pela síntese de uma proteína composta por centenas de aminoácidos. Nos ribossomos, o RNA mensageiro é por sua vez lido por moléculas de RNA de transferência, responsável pelo transporte dos aminoácidos até o local onde será montada a cadeia protéica. Essa produção de proteínas com base em um código é a base da Engenharia genética.



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