Sexualidade




Adolescência e sexo
Esta é, provavelmente, uma das questões mais polêmicas e discutidas relacionadas aos adolescentes. Mas por quê tanta polêmica? Será que é assim tão importante e obscura a vida sexual do adolescente? Ou essa polêmica toda tem origem nos tabus da nossa sociedade? Seja qual for a resposta, o fato é que é na adolescência que o jovem começa a ter contato com a sexualidade, principalmente pelo fato de a ação hormonal se desenrolar nesta fase da vida: ocorre o amadurecimento do
corpo, o abandono das feições infantis, a aquisição de uma silhueta adulta, enfim.O Ser Adolescente
Como a adolescência é a fase do desenvolvimento humano situada entre a infância e a idade adulta, ocorrem nela transições biológicas, psíquicas e sociais. A puberdade é o termo que engloba as transformações no corpo do adolescente. É, portanto, na puberdade, que o corpo se modifica biológico e fisicamente, e daí modifica-se a forma de ver a vida e de entender as pessoas. Na realidade, adolescência e puberdade se confundem: a puberdade traduz as mudanças biológicas no corpo do jovem, e a adolescência poderia ser definida como o conjunto de transformações psicológicas, físicas e sociais.Como pode ser visto, é muito difícil discernir adolescência de puberdade. Entretanto, o que importa, é que se entenda que esta é uma fase marcante para o ser humano, tanto para o homem quanto para a mulher. Tudo o que ocorrer nesta etapa de vida em decorrência das mudanças no corpo do indivíduo, mais tarde se refletirão psicológica e socialmente definindo a vida adulta deste.É também na adolescência que "pintam os primeiros grilos" na cabeça das pessoas. Nesta fase da vida, os adolescentes, com sua nova forma de ver o mundo, começam a olhar para si mesmos e, como que por via de regra, comparar-se com os outros: é a incubação dos preceitos básicos de nossa sociedade.Veja a seguir duas perguntas feitas por adolescentes, que retratam bem essa preocupação com a imagem própria, retiradas do livro Sexo para adolescentes da Marta Suplicy: Querida Marta, Eu estou meio sem graça de escrever esta carta, porque a minha pergunta pode parecer boba. Mas, para mim, é um problema horrível. Todos os meus amigos já têm pêlos, menos eu.
Porque está demorando tanto para mim? Abraços do Marcos (13 anos e 1 mês) Querida Marta, Eu sofro muito, porque sou baixinha e meus peitos não cresceram. Acabo sobrando nas festas e me sinto muito mal. Quanto tempo isto vai durar?
Um beijo da Joana (13 anos exatos) P.S.: O meu irmão tem os peitos inchados. É algum problema grave?

Adolescência

Tal como já foi definido anteriormente, adolescência é o intervalo de vida que vai da infância até que o indivíduo se torne adulto. Ela abrange, normalmente, dos dez aos vinte anos, mas isso depende muito de cada pessoa e do meio em que vive. Atualmente, a adolescência está sendo esmiuçada e cada vez mais interessa-se por ela e se descobre seus segredos. No entanto, nem sempre foi assim. Até muito pouco tempo atrás a adolescência era uma obscuridade só. Era uma etapa da vida mistificada, cheia de preconceitos infundados sobre ela. O adolescente não era gente... era quase.Muitos dos tabus que os adolescentes e mesmo os adultos de hoje enfrentam, são resquícios da adolescência de não muito tempo atrás. O preconceito vem se mantendo, mas é gradualmente eliminado. Como resultado, hoje temos jovens mais informados e cientes de sua condição. Temos ainda, uma sociedade que os respeita e os trata como cidadãos, o que, de fato, o são.

Tabus

Os tabus de nossa sociedade envolvendo adolescentes são diversos. E deles, grande parte está relacionada com o sexo. Uma infinidade de preconceitos ainda está bem enraizada em nossa cultura. Existem desde aqueles tabus com um certo fundamento lógico, até aqueles altamente infundados, entretanto os mais sérios são aqueles que têm potencial de mudar a vida da pessoa, tal como sexo precoce ou "a primeira vez", casamento, virgindade, entre outros. Preferencialmente, os tabus deveriam ser abolidos; deveria existir, sim, limites. Todavia desde que estes fossem pré estabelecidos de acordo com bases cientificas céticas, ou seja, desvinculadas de qualquer conceito religioso ou sem fundamento. A verdade é que sempre houve muita especulação sobre o sexo. E não poderia deixar de ser na adolescência que se aprende bobagens do tipo: existe proporção entre a altura e o tamanho do pênis,quem começa a vida sexual mais cedo fica mais sabido ou melhor de cama existe proporção entre o tamanho do pênis e da mão existe proporção entre o tamanho da vagina e o da boca.

Sexo!

Sexo. Quando a criança entra na puberdade e sua vida começa a mudar, muda com ela a sua mentalidade. O sexo, como medo, tabu, curiosidade, ou seja lá como for, entra na vida dessa pessoa. A partir daí o sexo torna-se um dos grandes objetivos pessoais do, então, adolescente. No entanto, antes desse objetivo ser alcançado, traça- se, normalmente, um longo caminho. E é por esse motivo que, antes de falar do sexo propriamente dito, abordaremos outros assuntos. Assuntos esses, cronologicamente anteriores ao sexo em si.

Masturbação

O que é masturbação? Masturbação significa tocar ou acariciar intencionalmente os órgãos genitais com o intuito de provocar prazer. No entanto, masturbação também é um tabu. Apesar de a masturbação acompanhar a vida do ser humano inteira (ela começa na infância, cresce na puberdade, diminui na vida adulta e prossegue na velhice), ela é um tabu. A masturbação é um tabu, na medida em que não se fala abertamente sobre ela. Ela tem um caráter falsamente pecaminoso. É motivo de vergonha, a despeito de ser praticada pela maioria esmagadora ou pela totalidade das pessoas. Para os adolescentes, a idéia de masturbar-se é preocupante na maior parte das vezes. Principalmente devido à falta de informação, os jovens sentem-se culpados após masturbarem-se. Essa culpa é originária do estigma vergonhoso da masturbação e do medo dos "efeitos colaterais" causados pela prática da mesma, efeitos esses que não existem. Há coisa de décadas atrás, ainda na época de nossos pais ou avôs, atribuía-se à masturbação a responsabilidade pelas espinhas, palidez, disfunções sexuais e muitas outras bobagens mais. Não obstante tais efeitos colaterais não seriam nada se comparados com o que se pensava até o início do século XX: a masturbação é tão perigosa que pode causar cegueira, surdez, debilidade mental e loucura! É relevante dizer, ainda, que a prática da masturbação é muito mais comum e aceita entre o homens. Entre as mulheres, o tabu é ainda maior. Apesar de toda a culpa, os meninos, na sua maioria, quando em grupo, procuram tornar a masturbação algo muito natural. Ela vira um assunto só deles. Cria-se uma espécie de cumplicidade entre eles, que a toda hora contam vantagem por ter feito isso, ou aquilo. É certamente devido ao preconceito, que hoje a masturbação é um tabu. Entretanto, ao contrário do que se pensava, a masturbação só tem benefícios a trazer, pois aqueles que se masturbam, passam a conhecer melhor o próprio corpo, logo, terão melhores condições de sentir prazer durante a prática do ato sexual. Vale a pena ler algumas opiniões de adolescentes estudantes de um colégio liberal de zona sul extraídas do livro de Lúcia Rito, Adolescência um lance que rola.

Menstruação

A partir de uma determinada idade que varia de mulher para mulher, começa a menstruação. Essa idade varia dos 9 aos 16 anos. Quando chega a primeira menstruação, é sinal que a mulher já tem os órgãos reprodutores amadurecidos... portanto já pode ter filhos. A menstruação, na realidade, ocorre devido à preparação pela qual o organismo feminino passa para engravidar: para esperar que o óvulo seja fecundado, a mucosa que reveste o útero (denominada endométrio) vai engrossando.Quando não acontece a fecundação, a mucosa fica sem função e, por conseguinte, se desfaz, saindo do organismo sob forma de sangue. A mulher menstrua. A menstruação são duas faces de uma mesma moeda. Por um lado, as garotas querem ficar menstruadas logo, pois isso significa que o organismo já está amadurecido, que já é possível engravidar, que já se é uma "mocinha". Por outro lado, começar a menstruar traz o medo da responsabilidade. As garotas pensam que vão deixar de ser crianças, que não vão mais poder brincar normalmente, fazer isso ou aquilo. Como se não bastasse essa ânsia por começar ou não a menstruar, a cabeça das garotas é confundida se uma amiga já menstrua e ela não. É bem verdade que poucas meninas vão menstruar aos 9 anos, mas a maioria já terá menstruado antes dos 16 anos. Vê-se que existe um longo período de 8 anos entre os 9 e os 16 anos. É por esse motivo que uma menina pode menstruar aos 12 anos e uma amiga sua, somente 3 anos depois. Num caso desses, não há nada de errado com nenhuma das garotas, pelo contrário, seus organismos só estão obedecendo ao seu ritmo normal de mudanças. Em contrapartida uma menina que não tiver menstruado nenhuma vez até os 16 anos, deverá procurar um médico ginecologista, pois poderá estar ocorrendo alguma disfunção no organismo. É comum, na adolescência, que a menstruação atrase ou adiante. Até aproximadamente aos 18 anos, o ciclo menstrual ainda não se regulou. Isso acontece porque a menstruação depende de hormônios que são produzidos no ovário, na hipófise e no hipotálamo. Até que eles entrem num mesmo ritmo, leva tempo. Mais uma vez, por causa do organismo de cada um, que uma menina pode ter o ciclo menstrual regularizado, enquanto outra não. Além disso, o nervosismo, a ansiedade ou outras emoções fortes podem desregularizar mais ainda a menstruação.É verdade, ainda, que a menstruação têm o estigma de ser altamente incômoda. Durante a menstruação, que pode levar de dois a oito dias, a mulher pode se sentir desanimada, triste, nervosa, lânguida ou mesmo sentir as famosas cólicas menstruais. Isso se dá por causa do aumento da quantidade de hormônios no corpo que ocorre durante o período menstrual. Os hormônios mexem muito com as emoções, modificando o estado de humor da mulher menstruada. No caso especial das cólicas, a responsável por elas é uma substância que contrai o útero para expulsar o sangue menstrual... as cólicas são em decorrência dessa contração. Como se não bastasse algumas mulheres reagem de outras formas. Acontece, por exemplo, a aparição de espinhas no rosto, os seios ficam doloridos, entre outros. Tais fatores também se dão devido ao aumento de hormônios que entram na corrente sangüínea durante a menstruação, hormônios estes, que já se encontram em número elevado na adolescência. Não pense porém, que a menstruação são só males. Ela é necessária e benéfica para o funcionamento do organismo... menstruar é um sinal de saúde. Na adolescência, porém, como qualquer outra mudança, ela confunde demasiadamente a cabeça das garotas, que raramente têm informações suficientes para lidarem com a novidade sozinhas.

Virgindade

Primeiramente, o que é virgindade? Quem sabe.A princípio virgindade era um tabu, nada mais que um tabu que pregava que a mulher deveria se entregar imaculada ao marido, ou seja, casar sem nunca ter tido algum tipo de relação sexual. De uns tempos pra cá, a virgindade continua sendo um tabu. A mulher é virgem enquanto nunca tiver tido um relacionamento sexual. Entretanto, hoje em dia, para permanecer virgem, a mulher procura formas alternativas de sexo, tal como o sexo anal e o oral. Mas não são o sexo anal e o oral tipos de relacionamento sexual? Sim. Percebemos, então, que a virgem, hoje, é aquela que mantém o hímen imaculado, intacto, inteiro. Esquece-se, no entanto, que existem outras formas de se romper o hímen que não o sexo. Como exemplo, sabemos que certos tipos de hímen podem se romper com o uso de absorventes internos. E ainda, é possível que o hímen não se rompa durante uma relação sexual em que haja, de fato, penetração. Quer dizer que nesses casos, a mulher deixa de ser ou continua sendo virgem, respectivamente? Não mesmo!Conceito de virgindade é quase que subjetivo. Virgem deveriam ser aquelas pessoas, mulheres ou homens que nunca, nunca tiveram qualquer tipo de relacionamento sexual íntimo com outra pessoa. Mesmo assim caberia ao bom senso discernir o que é um relacionamento sexual íntimo, para que não se pense que "amassos" ou mesmo que a masturbação mútua tiram a virgindade. Esperemos que este conceito de virgindade caia em desuso, pois ele não passa de um rótulo que só serve para confundir ainda mais a cabeça dos adolescentes. As dúvidas deles quanto a esse assunto não poderiam deixar de existir. Veja algumas delas: Absorvente interno tira a virgindade? É possível ter uma doença sexualmente transmissível, mesmo sendo virgem? Se, durante o primeiro relacionamento sexual, uma mulher não sentir dor ela continua sendo virgem?
A Primeira Vez
Bem, talvez o conceito de virgindade sirva para alguma coisa. Ele define quando será ou foi sua primeira vez: se você é, ou se considera virgem (dependendo do que você entende por virgindade), será fácil saber que assim que você se relacionar sexualmente, será sua primeira vez. Da mesma forma ocorre, se você foi, ou se considerava virgem. Acontece que não é tão simples assim (afinal, estamos falando da adolescência. Lembra-se?). A primeira vez é um conceito que vira ânsia assim que se entra na adolescência. O sexo torna-se quase que uma expectativa de vida e a visão da primeira vez é, invariavelmente, mistificada.
É claro que a primeira vez é encarada diferentemente por homens e por mulheres. Da mesma forma que cada homem e cada mulher, em particular, têm sua própria visão. Para as mulheres, de maneira geral, a primeira vez é visualizada através de uma lente romântica e fantástica. Já para os homens, a lente é erótica e machista. Além disso, normalmente, a mulher tem mais medo da primeira vez do que o homem. Ela precisa de um tempo maior para se preparar psicologicamente. Já os homens, em sua maioria, anseia com mais intensidade a hora de fazer sexo pela primeira vez.A despeito de ser altamente mistificada, e até mesmo por esse motivo, transar pela primeira vez é um momento importantíssimo como qualquer momento único e irreversível. Transar pela primeira vez é mexer com as sensações, com os sentimentos, com os tabus. É jogar fora o rótulo de virgem, é o marco do início da vida sexual. É um momento de grande expectativa, onde tudo o que se imaginava sobre a primeira vez vai se confirmar e se realizar... Ou então vai tudo por água abaixo, e se vê que não era nada daquilo que se imaginava. Nos dois textos a seguir, temos os depoimentos de Maria Mariana, autora do livro Confissões de adolescente e do marido Edmardo Galli, extraído do livro que eles fizeram em conjunto, de nome Cara metade:Maria Mariana: Sexo, para mim, antes de praticar, significava puro sonho. Lembro das minhas fantasias:Eu me imaginava dançando, linda, com um vestido bem transparente, e ele assistindo de longe, apaixonado! Sensualmente, eu ia tirando peça por peça de roupa. O cenário tinha luar, lareira, velas e muito vinho. A trilha era baseada em algum filme de amor que eu tivesse visto na época. Ele então se aproximava e dizia:Eu te amo, você é a mulher mais linda do mundo! Eu fazia um charme e não respondia. Depois, dançávamos nus e nos tocávamos muito lentamente. Cada toque era uma bomba atômica no meu corpo. Quando chegava a parte do sexo em si, eu morria de vergonha e medo só de imaginar. Então cortava essa cena e pulava correndo para o final. Nós comendo morangos, ele dizendo que tinha sido a melhor noite de sua vida. Depois de um beijo caloroso, me pedia em casamento e eu logo vislumbrava nossos filhos, lindos e pequeninos, correndo para nos abraçar. Edmardo Galli: A verdade é que as meninas são definitivamente românticas. Sonham com o príncipe encantado chegando num cavalo branco etc. Qualquer coisa mais sexual as deixa assustadas. Até aí tudo bem, é lindo que elas sejam assim, mesmo que exageradamente. Nenhum problema, se isso não tivesse me atrapalhado tanto numa época da minha vida. No meu primeiro namoro, foi uma complicação. Eu estava muito interessado em transar. Para dizer a verdade, eu estava desesperado para transar! O tesão não saía da minha cabeça! Eu nunca tinha feito sexo e não podia esperar mais. Definitivamente, não podia esperar mais! Mas tive que esperar, ela era virgem e estava indecisa. Ah, como a gente brigava por esse motivo. Vocês conhecem bem isso, não é? A tal famosa fase de conflito no namoro. O menino sempre decide transar antes da menina, e então pinta o problema: a menina quer esperar e o menino, não. Que coisa difícil! Bom, lá estava eu namorando. Era um namoro só de beijos e amassos. Era muito gostoso, não posso dizer que não, mas em termos prático não resolvia o meu impasse sexual. Era um desespero, e eu só via duas saídas: transar com prostitutas ou resolver o problema com uma coleção de revistas Playboy. Mulher é um bicho muito bobo!Tanta imaginação para nada! Na verdade, a minha primeira transa foi muito diferente disso. Perder a virgindade era para mim uma coisa tão complicada, mas tão complicada, que foi mais fácil com uma pessoa que eu não amava de verdade. Maluquice, né? Hoje em dia me arrependo, teria feito tudo diferente se pudesse voltar no tempo. Para mim existe uma lei (que respeito muito, porque sei que é através dela que consigo ser uma pessoa feliz e equilibrada): manter sempre um contato profundo com as minhas verdadeiras emoções e suas razões! Não importa que atitude eu tome, se ela é coerente com a minha emoção, está certa! Na adolescência eu não sabia disso, e então não me preservava, não me respeitava, não lutava para realizar as fantasias da minha imaginação.Tudo acontecia na velocidade da luz: ficar menstruada, amar pela primeira vez, dar o primeiro beijo, perder a virgindade etc.. Eu imaginava que iria poder viver muitas outras vezes esses momentos na vida. Estava certa de que nada disso tinha muita importância. Só quando a gente amadurece é que aprende que cada momento na vida é único e insubstituível. Que deve-se viver com liberdade cada minuto, sugar toda a essência da vida. Galli foi realmente o meu primeiro amor. O que sinto por ele nunca tinha sentido antes, e é isto o que eu chamo de amor. É claro que transar com ele pela primeira vez foi como perder a virgindade. Porém eu jamais passarei outra vez por aquele primeiro encontro com o sexo, assim como jamais vou transar com o Galli. Fazer sexo com profissional era uma coisa que me assustava. Fora o problema da AIDS, que na época era menor, mas já dava medo, todo mundo dizia que elas eram grosseiras, faziam tudo mecanicamente e queriam que você acabasse logo. Com toda certeza seria muito traumatizante para a minha primeira vez. Conclusão: fui obrigado a conviver com as revistas durante muito tempo. E minha parceria com a Playboy foi o que me ajudou a agüentar a barra até ela se decidir.O pior de tudo é que esse impasse não tem solução. A palavra chave é paciência. Da mesma forma que a gente tem que ter paciência enquanto vocês, meninas, se decidem, vocês também têm que ter paciência conosco. Nós somos, nessa fase, literalmente controlados pelo tesão. Não transar com a própria namorada é uma frustrante e dolorosa ducha de água fria na nossa determinação sexual. Tenham paciência conosco, por favor. Hoje eu estou casado e não enfrento mais esses problemas, mas até hoje sinto saudades. Ahhh, minha querida Carla Camurati, minha linda Maitê Proença, minha Vera Fisher, Luiza Brunet, Vanusa Sppindler, Cristiana Oliveira.

Influências na Vida Sexual

A vida sexual de um adolescente e a maneira como ele vê o sexo, são influenciadas diretamente pelo que seus pais acham do assunto. A despeito de o sexo se constituir em um tabu, onde se cria uma barreira entre o diálogo aberto de pais e filhos, os jovens são, invariavelmente, influenciados por seus pais e familiares com quem têm um contato maior. Os adolescentes também são influenciados pelos colegas mais próximos, entretanto esses colegas também sofrem a influência dos pais. Vê-se, então que os pais são agentes ativos na formação sexual de um adolescente (assim como o são em todas as outras áreas). O fato, é que é aí que mora um grande problema. A maioria dos pais acha difícil falar de sexo com os filhos. Outros mostram-se ignorantes na área da educação sexual, e esses, raramente, procuram se informar sobre o assunto. Em todo o caso, os pais podem passar informações incorretas ou deturpadas aos filhos, ou ainda preconceituosas.Ademais, os pais sempre querem o melhor para os filhos. Entretanto, cabe a cada um deles julgar o que é melhor para seu filho. Um julgamento errado pode ser ainda mais desastroso.Conclusão: a cabeça dos adolescentes fica cada vez mais confusa. Finalmente Sexo!Agora, dispondo de mais informações acerca de como o adolescente encara o sexo antes de realizá-lo, podemos falar mais sobre a relação existente entre o adolescente e a prática do sexo. Já abordamos a importância da primeira vez para o adolescente. Ela é como que um marco entre duas fases da vida. Não é via de regra que alguém perca a virgindade na adolescência, mas é o que normalmente ocorre. Pesquisas mostram que a maioria dos adolescentes tem sua primeira relação sexual até os dezesseis anos.Ao fazer sexo pela primeira vez, o adolescente, mesmo que inconscientemente, passa para o "lado" dos que já fizeram sexo.É sabido que uma das características mais marcantes do adolescente, e não só dele como do ser humano em geral, é o fato deles andarem em bando. Grupos com características ou objetivos comuns, e grupos esses que discriminam quem não faz parte dele. O ter feito, ou não, sexo é uma linha divisória de tais grupos. Veja este depoimento extraído da revista Capricho (número 11 - novembro de 1994):Quanto à vida sexual ativa de um adolescente, ela, assim como a de um adulto, implica em muitas responsabilidades. No caso dos adolescentes, o que acontece é que, pelo fato de o sexo ser uma experiência relativamente nova, eles não sabem como agir em grande parte das situações. Logo, tais responsabilidades nem sempre são satisfeitas, gerando problemas imprevistos como a gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. Não pode se esquecer, também, que o adolescente é tão, ou mais suscetível à problemas relacionados ao desempenho sexual, como a frigidez ou a impotência, quanto qualquer outra pessoa. Mas num adolescente, que está passando pela fase de auto afirmação, tais problemas tem repercussões psicológicas seríssimas... vê-se a fragilidade do adolescente em relação à novidade ou a coisas desabituais.

Escolhas Sexuais

Homossexualidade

As escolhas sexuais de cada um variam muito, não obstante, daremos um enfoque maior à homossexualidade.A adolescência é uma fase onde tudo gira em torna da auto afirmação. O garoto ou a garota deixaram de ser crianças e começam a construir e desenvolver suas próprias idéias, enquanto se acostumam com sua nova forma de ver o mundo. É aí, provavelmente, que se define as escolhas sexuais de cada um, ainda que se possa ter como base experiências, ou vivências passadas.Não se sabe ao certo porque alguém opta pela homossexualidade: o homossexual, biologicamente, não se difere em nada do heterossexual, e são pessoas como qualquer outra. O adolescente homossexual, não opta pela homossexualidade de um dia para o outro. Antes de se interessar pelo sexo, ele não era homossexual, tampouco era heterossexual, porque não havia como classificá-lo quanto às escolhas sexuais. Entretanto, durante sua vida, algo ocorreu que fez com que ele optasse pelo homossexualismo, da mesma maneira que algo faz outra pessoa optar pelo heterossexualismo. Mesmo assim, esse adolescente não se tornou um homossexual a partir desse momento, afinal, a nossa sociedade reprime com todas as forças a homossexualidade: esse adolescente não ia querer se sentir excluído. Com o tempo, ou o homossexualismo será reprimido (e aí tal adolescente pode se tornar um heterossexual infeliz), ou será assumido, prevalecendo sua opção sexual.

Gravidez na Adolescência

Dentre os "efeitos colaterais" freqüentes no exercício da sexualidade, a gestação indesejada é dos mais temíveis. A gestação na adolescência traz um cortejo de conseqüências biológicas, psicológicas e sociais, sendo que dentre elas, as biológicas são as menos relevantes. De fato, uma vez instalada a gestação, quatro são as saídas visualizadas pelas gestantes, cada uma com uma série de contras e ínfimos prós. A primeira delas é o casamento de conveniência, depois o aborto. Em terceiro lugar ser mãe solteira, e por último, o abandono da criança após esta ter nascido. Os riscos do abortamento são muito elevados, além de ser ilegal em nosso país. Não nos cabe tecer considerações sobre a liceidade e oportunidade de legalização da interrupção da gestação involuntária. Basta dizer que o abortamento representa o mais alto fator de risco associado à gestação, além de deixar seqüelas psicológicas como o sentimento de culpa e futuras disfunções sexuais.O casamento por conveniência é tampouco uma boa opção, pois representa uma série de encargos, obrigações e responsabilidades para os quais os jovens não estão preparados. Como esperar que casais de adolescentes tenham maturidade e segurança para encarar um tipo de relacionamento que casais mais maduros e estruturados muitas vezes não conseguem?Se nem aborta, nem se casa, a adolescente será mãe solteira, arcando com todo o peso psicológico e social que isso representa em nossa sociedade. Ou então abandona o filho... mas isso é um ato hediondo demais e com um peso social ainda mais grave. Seja qual for o caso, ter o filho e optar por ficar com ele, implica na mudança de vida. Faz a adolescente pular etapas, abandonar sonhos, algumas vezes deixar a escola, desistir da faculdade e de atividades que gosta de fazer, etc.

Métodos Anticoncepcionais

Se a adolescente não quer ser mãe, o melhor que se tem a fazer é prevenir a contracepção da criança. Atualmente existem diversos métodos anticoncepcionais eficientes. Basta apenas que sejam usados devidamente.Dentre eles, temos os métodos hormonais (pílulas), os métodos de barreira (como a camisinha ou o diafragma), os métodos cirúrgicos (os que promovem a anticoncepção definitiva como a vasectomia ou a laqueadura), o DIU (Dispositivo Intra-uterino) e métodos improvisados, tal como a interrupção do coito e a abstinência periódica. Não interessa, neste momento, discursar sobre o funcionamento dos métodos contraceptivos, mas sim lembrar que é importante que os adolescentes se previnam contra uma responsabilidade maior, que possa vir a ocorrer.

Doenças Sexualmente Transmissíveis

As doenças sexualmente transmissíveis (DST), são outra preocupação para qual os jovens devem estar atentos. A prevenção ainda é a melhor alternativa para evitá-las. Existem várias delas, como a Sífilis, a Gonorréia, a Herpes, a Uretrite, entre outras, mas a que damos maior relevância na atualidade, é a AIDS (sigla para síndrome da imunodeficiência adquirida).A AIDS é uma doença sexualmente transmissível como qualquer outra, e que como a Herpes, não tem cura. A AIDS, sozinha, não mata, mas ela deixa o organismo tão vulnerável a outras doenças que, devido a essas outras doenças, o aidético morre. A AIDS é uma doença peculiar, ela pode estar num organismo de forma inativa: a pessoa continua vivendo normalmente e pode nem notar que tem AIDS. Somente se estiver ativa que ela causa a vulnerabilidade do organismo. Mas não é por isso que a AIDS interessa tanto, existem doenças mais graves que ela, mas não tão comuns e tão estigmatizada ao mesmo tempo. A AIDS, até pouco tempo atrás e hoje, com muito menos intensidade, era considerada uma doença exclusiva de homossexuais (eles faziam parte do principal grupo de risco). O aidético, então, passou a ser difamado. O preconceito contra os portadores da AIDS tornou-se muito grande, e hoje em dia, não existe mais grupos de risco, qualquer um pode pegar AIDS se não se cuidar... inclusive adolescentes. O perigo está exatamente aí. Os adolescentes são, em sua maioria, os mais irresponsáveis quanto a prática do sexo. E isso ocorre mesmo, é por falta de informação e conhecimento, talvez agravados pela ânsia dos jovens de conhecer, ou fazer o sexo. O resultado disso, é que hoje, cada vez mais adolescentes contraem o vírus da AIDS... para preveni-la, nada melhor que o uso da camisinha. Fica um alerta: Usar camisinha. Aquele que usa não está fazendo um favor para ninguém, que não para si mesmo!

Relacionamentos

Amor
O amor só vem despontar mesmo, na adolescência. É nesta fase da vida que se associa o amor puro e romântico, que já se sentia desde a infância, com o desejo carnal. Além do que, assim como tudo na adolescência, o amor também é exagerado. Na adolescência morre-se de amor, apaixona-se, fica-se cego, surdo e mudo por este sentimento. Além disso que mais podemos falar sobre o amor, este sentimento tão subjetivo e pessoal... quem somos nós!

Namorar ou Ficar: Este assunto, atualmente, está dando o que falar. Namorar, ou ficar com? Namorar todos já sabemos o que é. Mas e o ficar com? Ficar com é exatamente isso: você conhece alguém e, num relacionamento mais efêmero, impossível, passa um tempo com esta pessoa... depois, não precisa nem se ver de novo. O ficar com está escandalizando : ‘é o cúmulo do liberalismo’, dizem alguns. Outros vão além, e dizem que é a banalização do próprio corpo ou mesmo uma repressão à sexualidade! Os jovens de atualmente, ficam com com uma naturalidade espantosa. Não ficar com, para eles, é o que não é normal numa festa, por exemplo.O problema em ficar com é, para alguns psicólogos, que o liberalismo que ele traz consigo, acaba sendo falso, na medida que é imposto aos adolescentes pelo grupo, que ele fique com o maior número de pessoas possível. Com isso, certas pessoas que não se acham preparadas, ou mesmo não gostam da idéia de ficar com, acabam sendo excluídas do grupo, ou forçadas a ficar com alguém. Os adolescentes se defendem, dizendo que uma das vantagens do ficar com, é que dessa maneira eles resolvem o medo de se machucar, de se envolver com uma pessoa e não ser correspondido.Mas será que é verdade que assim não se machuca. A partir da "era do ficar com", os adolescentes se dissociaram em mais dois grandes grupos. Aquele dos que preferem ficar, e a dos que preferem namorar. Quem prefere namorar é mais intolerante do que quem tem preferência por ficar. Por isso quem fica muito ganha o título de galinha, no caso das mulheres, ou de garanhão para os homens (e aí vê-se o machismo da nossa sociedade).Então o fato de não se machucar é relativo, pois a moeda tem duas faces.Bem, a pergunta está no ar. Para aqueles que preferirem ficar com e se sentirem bem fazendo isso, que fiquem. Para aqueles que preferirem namorar... estejam a vontade.
Os casamentos durante a adolescência estão ficando a cada dia mais comuns. Assim como os divórcios. Já foi dito que os adolescentes são muito impulsivos. No entanto, se esses casamentos são frutos da impulsividade ou do amor verdadeiro e ciente, não nos cabe avaliar. O fato é que, se existe disposição, vontade e coragem, que casem os jovens... e que se espere que saiba o que estão fazendo. Afinal, que se há de fazer.
Adolescência & Sexo... e Pais!
É, não dava para fugir desse assunto. Vamos ver o que os pais dos adolescentes acham sobre a adolescência e a precocidade do sexo atuais, e como eles se relacionam com os filhos... esses tais de aborrescentes.Os pais de hoje, foram os adolescentes super-hiper liberais dos anos 60. Quem diria que viraram tão conservadores! De fato, a adolescência e os adolescentes mudam mais do que qualquer outra coisa: o "barato" de ontem, hoje é "caidasso". Vê-se que ainda há muita resistência na abolição total dos preconceitos e tabus sobre o sexo, ainda mais com o surgimento de agravantes, como a AIDS. Todavia, as mães e os pais de hoje já estão bem mais liberais do que eram as mães e os pais deles. Se as coisas continuarem se encaminhando do jeito que estão, logo teremos pais tão, ou mais liberais que os próprios adolescentes (com o perdão do exagero!).


Abusos Sexuais

São inúmeros os casos de abusos sexuais envolvendo adolescentes, e na grande maioria das vezes, eles envolvem mulheres. O abuso sexual é um problema social seríssimo e que é mais comum do que se pensa. E o que é pior, em 90% dos casos de abuso, o agressor não é um estranho à vítima. Abusar sexualmente de alguém, é um comportamento hediondo, e que, normalmente, vem acompanhado de agentes como o álcool, drogas, promiscuidade e perversões sexuais.
Também é crescente o números de adolescentes que se prostituem, no Brasil. A prostituição atualmente é maior do que muita gente pensa. Trata-se de um fato lamentável que atinge as camadas mais necessitadas da população, onde devido a falta de oportunidades no mercado de trabalho, prostituem-se garotas, e até rapazes menores de idade para ajudar no orçamento familiar.Igualmente como prostituem-se cada vez mais adolescentes no país, também aumenta a quantidade de garotas mandadas clandestinamente para fora do Brasil, para se prostituírem em outros países.

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